segunda-feira, 25 de junho de 2012

JIVM - CANTIGA PARA MARIANA

Ilustração: Angela Felipe


CANTIGA PARA MARIANA


Sou teu irmão.
Da nossa raiz
nasceram todos os poetas.

Sou o que passa as noites
contemplando a beleza do Universo
no firmamento da menina dos teus olhos.

Sou teu irmão.
O que semeou em teu ventre
as sementes que esperaram milênios
para serem salmos.

O pastor em vigília,
que apascenta tua verônica
e suspira estrelas.

Sou teu irmão.
Sigo apenas os preceitos sagrados:
é em nós que o amor cresce
e se multiplica.


JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO

Poema do livro inédito Pedra Só que será publicado
pela Escrituras Editora, em setembro deste ano

quarta-feira, 20 de junho de 2012

CANTINHO DO CONTO - QUANDO EU ESTAVA A CAVALO SOBRE MIM MESMO

Por Bruno Gaudêncio


QUANDO EU ESTAVA A CAVALO SOBRE MIM MESMO
        Para Nelson de Oliveira

“(...) som de tudo que é um som de silêncio,
mais que ruído ou voz, que se distinga a solidão.”
Ricardo Guilherme Dicke

Quando eu estava a cavalo sobre mim mesmo, montado na sela das penumbras existenciais, procurei lançar no jogo dos espelhos luzes na escuridão de Etílio, visto que fui deveras invadido pelo terror da presença enigmática de sua finitude cruel. Trôpego, ganhei as pedras assustado com o sangue da vítima, molhando cada detalhe nos cheiros das alucinações. As escuridões das esquinas nas serras aos quatro pés ardiam no poço escuro das amarguras e lamentações. Fitei as linhas dos ouvidos, das bocas, escutando o manobrar dos trilhos da voz clamorosa, exigindo na bruma um ventre límpido, cuja faca formaria um arrepio em dentes de pavorosas sombras. Reconheci vibrante, apesar de cadáver, o ser que estava trajado nas súplicas cadeiras de terra e cal. Alto, Etílio atinava as subidas serras do ar berrante, beijando o canivete rubro nas impróprias castanheiras. Meu pescoço sentia a navalhada vibrante desposando as fibras no sangue quente e ardente da faísca. Etílio clamava retratos dignos na voz dos ossos. Olhares nas coxas tornadas dos bichos observavam as vargens do sítio. Pavorosas testemunhas do assalto que em mim indiscretas desviavam lâmpadas de impaciência, atropelando a noite na rigidez da memória. Vento a sussurrar desafios nas bordas do queixo. A luz e o rigor da condenação invadindo a cada minuto. A poeira nas sonoras crostas da alma. Calcava a chuva imóvel quando o íntimo bruto gritou saliva e sangue aos meus ouvidos, respigando agruras nas cinzas dos pés da algaroba. O cavalo ao mesmo tempo suspirou negramente as vergonhas.  A penumbra exaltada clamou em uma breve história do espírito, um perdão que não havia, em meio aos espantalhos habitados de pássaros. Voltei correndo, deixando a vista buliçosa na praça da minha pele, larga e fugida, em meio aos pêlos do cavalo que se confundiam com os meus. Etílio continuava alto na voz dos espantos. Canhão de dores ardia nas gramas das pernas. As penugens queimavam ao som das peles púrpuras. Quando cheguei ao conforto da casa, cobri os olhos com o desinteresse dos meus cabelos e nas crinas cravou-se um aço. Meus medos desviavam atônitos os ovos apunhalados da tradição. Dedos galgavam heróicas explicações sombrias sobre a solidão eterna do temor, nos pés das calçadas. E eu continuava vivo no abrangido suspiro de Etilio no ar da janela.


Bruno Gaudêncio é escritor, jornalista e historiador. Nasceu em Campina Grande, Paraíba, em 02 de dezembro de 1985. Mestre em História pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Graduado em Jornalismo e História pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Publicou os livros O ofício de engordar as sombras (poesia, 2009) e Cântico voraz do precipício (conto, 2011). Edita a revista eletrônica de literatura Blecaute (http://revistablecaute.blogspot.com/)

segunda-feira, 11 de junho de 2012

FRANCISCO CARVALHO - O BICHO HOMEM



Hoje, 11de junho de 2012, o poeta cearense Francisco Carvalho, completa 85 anos. Para comemorar, acabei de editar um singelo vídeo com belo poema seu, "O bicho homem", musicado e cantado por seu conterrâneo Raimundo Fagner, cantor, compositor e instrumentista renomado. A poesia brasileira está em festa! Meu querido poeta Francisco Carvalho, receba esta homenagem com amizade e com admiração. Abraços.
JIVM

O BICHO HOMEM


Que bicho é o homem
de onde ele veio
para onde vai?
Onde é que entra
de onde é que sai?

Que raio lhe acende
a chama da fúria?
O que é que sobra
da cesta básica
de sua penúria?

Que bicho é o homem
do que se enfeita?
Que mão o ampara
no chão de enigmas
em que se deita?

Que bicho é o homem
que mama no seio
da reminiscência?
E que embala a morte
em seu devaneio?

Que bicho é esse
que carrega o fardo
de uma dor medonha?
Que sucumbe ao charco
mas ainda sonha?

Que bicho vagueia
na treva hedionda?
Que pantera esguia
será mais veloz
do que a própria sombra?

O homem que tece
as malhas da lei.
Que bicho é o homem
que transforma em pêssegos
as fezes do rei?

Que bicho é o homem
que ama e desama
que afaga e magoa?
E que às vezes lembra
um anjo em pessoa?

O homem que vai
para a eternidade
num saco de lixo.
Que bicho é o homem
de salário fixo?

Que bicho é o homem
que trapaceia?
Que às vezes pensa
Que é mais brilhante
do que a papa-ceia?

Que bicho é esse
que escreve as vogais
das cinzas do pai?
- De onde ele veio
e para onde vai?

Que bicho é o homem
que se interroga?
léguas de volúpia
sonhos e utopias
tudo se evapora?

Que bicho é o homem
de argila e colostro
que lavra e semeia?
mas só colhe insônias
em lavoura alheia?

Os rastros do homem
no vento ou na água
são rastros de fera.
Mas que bicho é esse
que se dilacera?

O homem suplica
os deuses concedem.
Que bicho é o homem
que sempre regressa
às praias do Éden?

Que bicho é o homem
que escreve poemas
na aurora agônica
e depois acende
a fogueira atômica?

Que bicho te oferta
um ramo de rimas
e à sombra dos mortos
semeia gemidos
por sete Hiroximas?

Que bicho te espreita
aos olhos dos becos
onde os cães insones
mastigam as sombras
dos antigos donos?

Que bicho é o homem
que rasteja e voa
que se ergue e cai?
- De onde ele veio
e para onde vai?

Que bicho é o homem
de onde ele veio
e para onde vai?
Onde é que entra
de onde é que sai?


FRANCISCO CARVALHO

domingo, 10 de junho de 2012

JIVM - CALIGRAFIAS


Foto: Ricardo Prado


C A L I G R A F I A S


I

Na poeira de um tempo impreciso,
as histórias do silêncio,
ninhadas de signos sem tradução.

Silêncio na carne.
Silêncio que sente a areia passar.
Tempo para a solidão do poema.

Cultivamos os nomes.
Criamos semblante para cada nome.
Para mostrar nossos nós – a palavra.

Com os olhos marejados
a vertigem cresce:
suas roupas são de luz e de som.

O pasmo nos sobressalta
e gozamos de tudo.


II

A poesia de um tempo sem siso
e sua estranha ninhada de histórias
das entranhas do silêncio.

Nosso heroísmo é trágico
e as parcas são infinitas.

Temos apenas a ilusão das coisas
e o caminho é irreversível.

Retornar – apenas para o Nome,
para o ser que não tem nome.


JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO


OBS: poema do livro Pedra Só, a ser publicado pela Escrituras Editora, em setembro de 2012

sexta-feira, 8 de junho de 2012

A LÍRICA ERÓTICA DE JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO


(Comunicação apresentada no I CONALI – Congresso Nacional de Literatura, UFPB, João Pessoa, 05/06/2012)
Ano do Centenário de publicação do livro EU de Augusto dos Anjos
Cleberton dos Santos (Professor do IFBA) 

José Inácio Vieira de Melo
Quem é o poeta?

Estou falando de um “poeta matuto sem eira nem beira, que vive labutando com palavras, vaquejando boiadas de signos por caatingas labirínticas numa peleja sem fim.” Estou falando de um poeta que “invoca o gado invisível numa toada aflita, e grafa com pena e tinta aquilo que a poesia marca, a ferro e fogo, em sua alma” de um verdadeiro “Cavaleiro de Fogo”.
Estou falando do poeta José Inácio Vieira de Melo, nascido em Olho d’Água do Pai Mané, povoado do município de Dois Riachos, Alagoas, em 16 de abril de 1968. Publicou os livros Códigos do silêncio (2000), Decifração de abismos (2002), Luzeiro (2003), A terceira romaria (2005), A infância do centauro (2007), Roseiral (2010), 50 poemas escolhidos pelo autor (2011) e tem no prelo para sair em 2012 o livro Pedra Só (Editora Escrituras). Atualmente vive na cidade de Jequié, Bahia, de onde emana toda sua atividade literária e cultural pelos quatro cantos do país.

Por que esse poeta?

Estou falando do poeta José Inácio Vieira de Melo, nascido em Olho d’Água do Pai Mané, povoado do município de Dois Riachos, Alagoas, em 16 de abril de 1968. Publicou os livros Códigos do silêncio (2000), Decifração de abismos (2002), Luzeiro (2003), A terceira romaria (2005), A infância do centauro (2007), Roseiral (2010), 50 poemas escolhidos pelo autor (2011) e tem no prelo para sair em 2012 o livro Pedra Só (Editora Escrituras). Atualmente vive na cidade de Jequié, Bahia, de onde emana toda sua atividade literária e cultural pelos quatro cantos do país.
Por isso, no universo infinito da literatura brasileira sempre encontrei novos ou velhos caminhos para percorrer. Nesta comunicação vou explorar justamente um dos temas mais ricos na história da literatura universal: o erotismo.
E o erotismo em JIVM é apontado por vários de seus leitores, como afirma na orelha do seu quinto livro Roseiral, a poeta carioca Astrid Cabral falando de um “erotismo caloroso”, enquanto a professora Eliana Mara Chiossi destaca que o poeta tem uma “língua de fogo”.
Entre as várias flores temáticas que florescem no vasto jardim da poesia de JIVM, fui seduzido pelos aromas que exalam da flor do erotismo.
Ler e ouvir a poesia de José Inácio Vieira de Melo é vivenciar o erotismo em suas múltiplas possibilidades. Nesta breve comunicação apresento um roteiro de leitura, aponto o início de uma romaria teórica que se inicia pelas estradas que perfazem a obra poética deste “Centauro Escarlate”. Pois como afirma o crítico carioca André Seffrin:

“Surpreendente a mobilidade desta poesia, acelerada e cantante como água de rio montanhoso. Evidente sua força telúrica, de observação e conversão da paisagem humana em lirismo amoroso ou erótico e por vezes em quadros rurais de calendário imemorial.” (In: Melo, 2011)

Ilustração: Daniel Biléu
Um poema: duas leituras

Mikel Dufrenne aconselha que “Ao examinar a linguagem poética, não podemos esquecer de que ela se destina à fala.” (1969, p. 12) Por isso, além dos aspectos poéticos da eroticidade inerente aos textos escritos, detenho minha reflexão também sobre a expressão corporal, a leitura expressiva, o momento do recital, da peformance declamativa feita pelo próprio autor ou das leituras de outras vozes que através de recursos que ultrapassam a imobilidade da letra impressa, também contribuem para uma valorização ou espetacularização do erotismo inaciano.
Apresento o poema “Harém”:

Vinde, minhas éguas, vosso faraó vos espera!
Puxem meu carro de fogo pelos céus dos êxtases,
harmonizem vossas forças e me conduzam,
em galope soberano, pelos reinos dos encantos.

Vinde, minhas éguas, luzindo na imensidão!
No ritmo de vossas ancas é que se inaugura
a saga do meu império e os nomes do meu nome:
Cavaleiro de Fogo, Centauro Escarlate.

(50 poemas escolhidos pelo autor, p. 35)

Em dicção vibrátil o eu lírico assume uma postura faraônica para inaugurar uma poética sensual e de forte caráter zoomórfico. A imagem “Minhas éguas” poderá significar minhas mulheres ou quem sabe minhas musas? Aqui aparecem duas possibilidades de leitura, duas largas estradas no caminho da interpretação.
Na primeira, vendo mulheres metaforizadas em éguas, imagem tão comum ao repertório sexual do universo masculino brasileiro, temos um canto de profunda sensualidade amorosa e de visível rendição do ser masculino aos seres femininos. Numa primeira e ligeiríssima leitura, alguns poderão ver uma submissão feminina já inscrita na tradição dos “poetas machos”. Aqui, porém, após algumas releituras, vejo uma inversão na ordem dos estabelecidos valores. É o ser masculino, macho, faraônico que está submisso à vontade e às ordens das éguas-mulheres. O eu lírico faraó, imperador por natureza divina e status social, encontra-se imóvel, a espera daquelas que o conduzirão “pelos reinos dos encantos”.  O desejo sexual do eu lírico masculino será regido pelo ritmo das ancas dessas éguas portentosas. Aqui, paradoxalmente, o faraó se faz escravo da volúpia, dos encantos e dos êxtases proporcionados por essas éguas-mulheres tão poderosas que conseguem luzir na imensidão.
Na segunda estrada interpretativa, vendo éguas como metáfora de musas, temos um canto metapoético de rara beleza. Numa espécie de erotismo criacional, o poeta fala sobre as forças criadoras do seu ser e do seu verso.  O poeta faraó necessita de inspiração, aquela inspiração mítica de que nos fala Mikel Dufrene em seu livro O poético (1969), e por isso clama para que suas éguas-musas puxem seu carro de fogo, sua poesia, pelos céus dos êxtases, território potencial da arte poética. “Galope soberano” e “ritmo de vossas ancas” são expressões clarividentes desta metapoesia que cristaliza o ser mítico do faraó que se faz Cavaleiro de Fogo pelas forças encantatórias de suas éguas-musas.

Ilustração: Daniel Biléu
Erotismo corporal

Quem já teve a oportunidade de ver, de presenciar o próprio poeta recitando seus versos, ou seja, o homem de carne e osso impostando sua voz para dizer, traduzir em tons, gestos faciais e expressões corporais suas palavras, seus códigos de silêncio, poderá projetar melhor o jogo do erótico que se estabelece em suas criações verbais. O poeta declamador também transpira esse erotismo escarlate que emana da imensidão de seus poemas. Quase como se existisse uma correspondência entre o eu lírico de seus poemas e sua voz humana, o poeta José Inacio Vieira de Melo encarna seus próprios eus poéticos, como uma espécie de ator de si mesmo não sendo ele próprio, o poeta erotiza sua aparição pública através de seus erotismos poéticos. Exemplo peculiar deste amálgama entre sua voz lírica e sua voz humana é vê-lo recitando os poemas “Epitáfio para Guinevere” e “Bodas de sangue”.

Vejamos o poema “Cântico dos Cânticos”:

Que as tuas nádegas aventureiras estejam abertas
Para o poema em linha reta que te ofereço,
Que a minha escrita torta e avessa
Chegue linheira na olaria de tua carne
E ardas e ardo neste morno forno
Das tuas nádegas tão abundantes.

Das tuas nádegas tão montanhosas
O horizonte é mais macio e a minha linguagem
Saboreia o mel do fel que trazes
E de teus olhos gemem os arco-íris
E teu corpo todo é um esplendor, uma assombração
E quanta delícia anunciam teus arrepios
E tuas nádegas aventureiras tão venturosas
São uma tempestade de emoções.

Que idioma mágico que tu inventas
Quando me aventuro por tuas nádegas
E me perco profundamente e profundamente
Me encontro na plenitude cega que tudo exerga
E profundamente me encanto cantando uníssono
Neste nosso idioma o novo cântico dos cânticos.

(50 poemas escolhidos pelo autor, p. 46)

Mais uma vez sensualidade amorosa, erotismo corporal e erotismo criacional se misturam nesta composição.
Várias são as formas de amar. O sexo cristão é transgredido nestes versos ousados e ao mesmo tempo contidos através de uma linguagem de grande exuberância metafórica. O sexo anal, ou a hipótese deste sexo, é explicitamente cantado com grande singeleza. A escolha lexical do poeta, sua operação linguística demonstra o zelo pelo corpo da amada, pois nádegas é menos vulgar e mais sugestivo do que seu sinônimo popular “bunda”. Mas todo poeta tem seus truques e sabe operar seus milagres verbais. E deste modo o poeta constrói a imagem “nádegas tão abundantes” que nos remete à palavra “bunda”, configurada dentro do corpo e da sonoridade do adjetivo empregado.
Sobre a relação entre erotismo e poesia, Octavio Paz afirma:

“A relação entre erotismo e poesia é tal que se poder dizer, sem afetação, que o primeiro é uma poética corporal e a segunda uma erótica verbal. Ambos são feitos de uma oposição complementar. A linguagem – som que emite sentido, traço material que denota ideias corpóreas – é capaz de dar nome ao mais fugaz e evanescente: a sensação; por sua vez, o erotismo não é mera sexualidade animal – é cerimônia, representação. O erotismo é sexualidade transfigurada: metáfora. A imaginação é o agente que move o ato erótico e o poético.” (Paz, p. 12)

Assim, podemos dizer que é a imaginação criadora que propicia a elaboração da erótica verbal do poeta JIVM, ao mesmo tempo em que é a força do próprio erotismo corporal que impulsiona a criação da linguagem poética como prática de ato erótico, pois para o poeta JIVM fazer poesia é

ir no cerne dos desejos
e perceber cada célula
como frenesi que sinto
na agulha do peitoral.

(A sagração do mito In: A infância do centauro, 2007)


Bibliografia:

CALVINO, Italo. Seis propostas para o próximo milênio: lições americanas. Trad. Ivo Barroso. 2 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
DUFRENNE, Mikel. O poético. Trad. Luiz Arthur Nunes e Reasylvia Kroeff de Souza. Porto Alegre: Editora Globo, 1969.
MELO, José Inácio Vieira de. 50 poemas escolhidos pelo autor. Rio de Janeiro: Edições Galo Branco, 2011.
MELO, José Inácio Vieira de. A infância do centauro. São Paulo: Escritura Editora, 2007.
MELO, José Inácio Vieira de. A terceira romaria. Salvador: Aboio Livre Edições, 2005.
MELO, José Inácio Vieira de. Decifração de abismos. Salvador: Aboio Livre Edições, 2002.
MELO, José Inácio Vieira de. Luzeiro. Salvador: Aboio Livre Edições, 2003.
MELO, José Inácio Vieira de. Roseiral. São Paulo: Escritura Editora, 2010.
PAZ, Octavio. A dupla chama: amor e erotismo. Trad. Wladyr Dupont. São Paulo: Siciliano, 1995.