sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

SORTEIO DE TRÊS EXEMPLARES DO LIVRO ROSEIRAL



Caro leitor, serão sorteados três exemplares do livro Roseiral, do poeta José Inácio Vieira de Melo.
Para participar do sorteio é preciso ser seguidor do blog Cavaleiro de Fogo.
Caso ainda não seja um seguidor, aproveite para se tornar um (à direita, em SEGUIDORES - logo após a capa do CD A casa dos meus quarenta anos).
Em seguida, basta colocar seu nome completo e seu e-mail no espaço dos comentários desta postagem e responder a seguinte pergunta: Qual o subtítulo do livro de poemas Roseiral?

COMO SERÁ FEITO O SORTEIO:
Os nomes dos participantes serão escritos em pequenos pedaços de papel, que serão dobrados e depois serão colocados dentro de um copo. O copo será sacudido várias vezes e depois serão retirados – um de cada vez – os três pedaços de papel com os nomes dos sorteados.
O resultado será divulgado aqui no blog. Após a divulgação os vencedores deverão mandar seus endereços para o e-mail jivmpoeta@gmail.com

***A promoção é válida até o dia 3 de março de 2011***

* Os comentários desta postagem só serão liberados no dia 4 de março *

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

PORTUGUESIA 2011 - REGISTROS

Belo Horizonte - MG, 18 a 20 de fevereiro de 2011

Wilmar Silva (MG), Fernando Ramos (RS), Rita Dahl (Finlândia), JIVM (AL/BA)
e Gervasio Monchietti (Argentina)

JIVM (AL/BA), Ronald Augusto (RS) e Gervasio Monchietti (Argentina).
Mediação: Gilberto Mauro (MG)
PROVOCAÇÃO: A vida e a morte do sol
ou Medulas de diálogo ou Metaformose vida e arte

JIVM ENTRE OS POETAS DA ESTIRPE DOS GUIMARAENS:
Lucas Guimaraens e Afonso Henriques Neto
(bisneto e neto do poeta Alphonsus de Guimaraens)

OS POETAS ÍGNEOS:
Ignacio Martínez-Castignani (Espanha) e José Inácio Vieira de Melo (AL/BA)

JIVM ENTRE OS POETAS PORTUGUESES: Luis Serguilha e Jorge Melícias

Babillak Bah (PB/MG), JIVM (AL/BA, Elaine Pauvolid (RJ),
Rodrigo Zaidan Soro Araújo (RJ) e o filho de Babilak

Francesco Napoli, JIVM, Leonardo Morais e Rubens Rangel.
Ao fundo: Wilmar Silva
LANÇAMENTO/APRESENTAÇÃO dos livros
A terceira Romaria, de JIVM (AL/BA), e Árvore em V, de Francesco Napoli (MG)

JIVM soltando um aboio e recitando o poema "Romaria"
do seu livro A terceira romaria
LANÇAMENTO/APRESENTAÇÃO dos livros
A terceira Romaria
, de JIVM (AL/BA), e Árvore em V, de Francesco Napoli (MG)


JIVM soltando um aboio e recitando o poema "Romaria"
do seu livro A terceira romaria
LANÇAMENTO/APRESENTAÇÃO dos livros
A terceira Romaria, de JIVM (AL/BA), e Árvore em V, de Francesco Napoli (MG)


Francesco Napoli, JIVM, Leonardo Morais e Rubens Rangel
(responsável pelo projeto gráfico dos dois livros)
LANÇAMENTO/APRESENTAÇÃO dos livros
A terceira Romaria, de JIVM (AL/BA), e Árvore em V, de Francesco Napoli

JIVM (AL/BA), Rita Dahl (Finlândia), Ronald Augusto (RS) e Wilmar Silva (MG)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

JIVM NO PORTUGUESIA 2011



PORTUGUESIA 2011
Festa da poesia de línguas portuguesas e espanholas

Data: 19/02/2011 – Horário: 15h30
Local: Instituto Cervantes – Belo Horizonte – MG

PROVOCAÇÃO:
A VIDA E A MORTE DO SOL OU
MEDULAS DE DIÁLOGO OU
METAMORFOSE VIDA E ARTE

CONVIDADOS:
Gervásio Monchietti & José Inácio Vieira de Melo & Ronald Augusto

PROVOCADORES:
Gilberto Mauro & Joaquim Palmeira



Data: 20/02/2011 – Horário: 19 horas
Local: Instituto Cervantes – Belo Horizonte – MG

APRESENTAÇÃO/LANÇAMENTO DOS LIVROS

A TERCEIRA ROMARIA
José Inácio Vieira de Melo

ÁRVORE EM V
Francesco Napoli

PROVOCADOR:
Leonardo Morais

Veja no site do PORTUGUESIA (http://www.portuguesia.com.br) a relação de todos os participantes, assim como a programação completa, de 18 a 20 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

JIVM - RURAL



R U R A L
Para Ivaldo Vieira de Melo

No teu cavalo peito nu cabelo ao vento
Alceu Valença


Eu vou pra roça, ajudar o dia a amanhecer,
chamar os bezerros pelos nomes de suas mães
e ver a vacaria apojar
e sentir a chuva de leite em meus olhos.

Eu vou pra roça, lá Manoel é Mané
e a única máscara são os calos de suas mãos:
– mãos encardidas de leite.

Eu vou pra roça, começar o dia com um sorriso.
Meu cavalo e eu – Centauro do Sertão –
sairemos campo afora
apascentando a boiada, o milharal, o açude.

E os cajus haverão de destravar as fronteiras
e ouvirei o canto das patativas se estender até Assaré
e me entenderei com as beldroegas
e compreenderei a labuta das formigas.

Das quedas, trarei a lição do levantar
e seguirei pela vida ao lado de meu irmão.
Eu vou pra roça, lá o documento é a palavra.


JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO


Poema do livro A terceira romaria, que vai ter a segunda edição lançada pela editora Anome Livros, no projeto Portuguesia, no dia 20 de fevereiro, às 19 horas, no Instituto Cervantes, em Belo Horizonte – MG, com a presença do autor.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

SANGUE NOVO - GABRIELA LOPES



O PROCESSO CRIATIVO COMO FORMA DE VIVER – GABRIELA LOPES nasceu em Salvador, em 1991. Viveu parte da infância em São Paulo e no final da década de noventa retornou à cidade natal. Desde cedo demonstrou sensibilidade com as palavras e gosto pelas artes e sempre contou com o incentivo dos pais, que são professores. Ao entrar na Universidade Federal da Bahia, no curso de Letras Vernáculas, em 2009, criou coragem para mostrar seus textos para o mundo com o blog Pintei a inocência da realidade com cores primárias (http://loveberrytales.blogspot.com/). O seu jogo com a escrita foi um crescimento natural de competência e interesse, que hoje se tornou uma escolha de vida.

JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO – Qual o seu conceito de poesia?

GABRIELA LOPES – Se pensarmos de uma forma objetiva ou acadêmica, a poesia é o tratamento das palavras, isto é, trabalha com a linguagem para se criar uma mensagem estética. Mas o que seria a estética? A arte em si? Esses limites dentro das discussões da arte e da poesia são sempre difusos. O que eu posso afirmar é o conceito de poesia baseado no meu conhecimento empírico como leitora e criadora. Poesia é uma forma de ver o mundo dentro de um jogo de repensar aquilo que parece obvio para o outro e transformá-lo em algo inédito, é perceber o que está nas entrelinhas das situações, pessoas, objetos. Se pedíssemos a alguém para desenhar um gato, cada um desenharia de uma maneira diferente, a poesia é justamente essa observação da minha própria subjetividade e daquilo que me cerca.

JIVM – Para o poeta alagoano Lêdo Ivo, o poeta tem dois deveres essenciais: dar um sentido à vida e uma forma à realidade. E para você, quais são os deveres essenciais do poeta?

GL – O dever essencial do poeta é observar, anotar, assistir. O poeta é o telespectador da vida. Porém não é um telespectador passivo, o poeta também assume o papel de cineastra de um filme que é a própria vida. Experimenta de várias formas, corta, edita tudo que vê para finalizar. Trabalha com a imaginação e com a visão não tão obvia dos fatos, é quem consegue traduzir a subjetividade humana em palavras.

JIVM – quando foi que você se descobriu poeta? Lembra do primeiro livro de poemas que lhe marcou? Qual a importância da leitura na formação de um escritor? Quais são seus autores referenciais? E o que anda lendo, atualmente?

GL – Sempre gostei de ler poesia, mas por conta de algumas inibições quando mais nova, demorei a me aventurar a escrevê-la, comecei pela prosa poética e só ao entrar na faculdade de Letras consegui me aventurar. Ao fazer isso, percebi que a poesia já estava em tudo que escrevia ou na forma como vejo o mundo, então não sei dizer ao certo quando me descobri, mas sim, quando comecei a expor a minha poesia. Não lembro ao certo qual foi o meu primeiro livro de poemas, mas lembro de um diário que eu escrevi diversos poemas de Cora Coralina, cada página tinha um trecho ou os poemas inteiros. Á partir dela comecei a ler vários outros, e os que mais me marcaram além de Cora foram Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa e Mário Quintana na poesia, e Caio Fernando Abreu e Hilda Hilst na prosa . A leitura desses poetas influenciou na minha produção textual como uma bricolagem, um pedaço de cada, um pedaço de mim, um pedaço do outro e quanto mais bagagem eu tenho, mais confiante me sinto como poeta. A leitura funciona como o fortalecimento do escritor. Atualmente, estou me desafiando nessas férias a ler em espanhol Como agua para chocolate da Laura Equivel.

JIVM – Como você analisa a discussão da forma e do conteúdo na poesia? Qual a importância do conhecimento das técnicas de metrificação para o fazer poético? E letra de música é poema? E o que define um texto como objeto de realização da arte poética?

GL – Forma e conteúdo se completam. Ou melhor se suplementam. Quando funcionam de formas equilibradas, forma dando razão a conteúdo e vice-versa, a poesia se torna mais rica. Como o uso da métrica, que permite uma sonoridade e equilíbrio no poema quando bem utilizada, mas isso depende da proposta, porque até a desconstrução da métrica é uma forma válida de construir a arte poética. Letra de música é uma manifestação poética, pois pretende passar pelo processo da oralidade que é diferente da leitura da poesia, entretanto muitos poemas são musicados, então penso que a interpretação pode ser mudada de acordo com o tom da voz ou a melodia. Música é um recurso e uma forma de ver a poesia entre tantas possíveis. O texto se torna um objeto de realização poética quando há possibilidades de interpretação da subjetividade. É a provocação na leitura e o efeito no leitor que transformam a poesia em uma arte, uma comoção ou uma ruptura consigo mesmo.

JIVM – E agora, Gabriela? Como andam o cravo e a canela? Da sua janela, a lua é um requeijão ou uma esponja redonda? Quais os projetos dessa jovem escritora? Já pensa em publicar o primeiro livro? E o que mais?

GL – Cravo e Canela só no chá da tarde. As vezes sinto que a lua nem aparece no céu ou está resplandescente demais... Pensar no futuro é sempre algo angustiante e ao mesmo tempo intrigante. Tenho tentado escrever duas histórias, talvez contos, talvez romances, ainda estão se construído como ideias. Quero trabalhar com escrita e com imagem, roteiro de cinema, romance, poesia. Nada certo ainda. O que sei é que preciso do processo criativo como forma de viver.

TRÊS POEMAS DE GABRIELA LOPES

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PAUSA


O mesmo horário, as mesmas figuras
Meu corpo estirado e inerte
Do vai e vem de falas sem sentido
A tevê ligada com o volume nas alturas
Meus olhos pesavam sem sono

O mesmo lugar, a mesma rotina
A moleza se espalhava
Na forma dos meus ombros caídos
Os ouvidos latejavam
De futilidades constantemente repetidas

Cansado da fadiga do cansaço
Levantei
E na rua só ouvia o murmuro do silêncio.



TEIMOSIA


Costurei meus lábios
Cortado pelo silêncio
Que se molda como água
Em corpo de símbolos dispersos
Astros no instante de touro
Não me deixam perder.



EGO


Cristalizada na pintura
Guardo-me em caixa de nós
Moldada na janela em fresta
Da casa de bonecas.

Revela
A beleza de moça altiva
Na timidez de boca rosa
De olhar narciso
E Maria, as três contemplam
A margarida no jardim de ervas
Na mobilidade do cadeado.

Esconde
A sala de eco vazio
Moça curvada em melancolia
Corcunda de pai, mãe em libras
Tece sonhos em manta invisível
Dividida nos cacos de vidro
Pintada do sangue de juntar-se.

Renasce
Na bravura de velejar em tempestade
Desenhada em faces do tempo
Na tela sem moldura
Metamorfose de cada segundo
Me desfaço por inteira
E crio mais uma vez.